Um passeio por Toledo e Campo Maior

Deixamos Madrid para trás e começamos nossa viagem de volta, passando por mais duas cidades no caminho. Em pouco menos de uma hora já estávamos em Toledo, antiga capital e cidade medieval da Espanha. Adoooooro cidade medieval!!! Um bom esquema para conhecer Toledo é usar Madrid como base e pegar o trem de alta velocidade, você estará lá em 30 minutos. Aliás, aproveite e faça isso para outras cidades também, como Segóvia, Ávila, Córdoba e Aranjuez. Porém, nosso esquema não foi esse, chegamos de carro mesmo.

A cidade em si é um colírio para nossos olhos, pensa no cenário: uma fortaleza toda murada, cravada na montanha e cercada pelo Rio Tejo.

Panorâmica da cidade, com o Alcazar no alto

Além de ser declarada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, Toledo é chamada de “A cidade das 3 culturas”, por causa do convívio pacífico entre muçulmanos, judeus e cristãos. E isso pode ser observado em sua arquitetura e nos templos espalhados pela cidade (igrejas, mesquitas e sinagogas). Toledo também é conhecida por “La ciudad Imperial”, por ter sido a sede da corte de Carlos I, até que em 1561, o Rei Filipe II transferiu a corte para Madri . A cidade é famosa por sua fabricação de armas feitas em aço, e o que não falta são lojas vendendo facas e espadas, o complicado é trazer na mala um souvenir tão grande. Toledo abrigou o pintor grego El Greco, que apesar da nacionalidade, é um dos grandes nomes da artes espanhola.

Deixamos o carro estacionado fora da muralha e entramos a pé. Passamos pelo portão da cidade, Puerta de Sol, e fomos caminhando pelas ruelas, observando as construções, o que já é por si só um passeio muito agradável.

Puerta del Sol, portão de entrada da cidade

O Alcázar de Toledo é a construção do século III no ponto mais alto da cidade, que você vê de qualquer lugar. Ele já foi destruído e restaurado muitas vezes e já teve várias funções ao longo da história, palácio romano, prisão, Academia de Infantaria e Palácio Real, mas hoje abriga o Museu do Exército e a Biblioteca de Castilha-La Mancha.

Estátua na frente do Alcázar

De frente para o Alcázar existe um mirante, com a Academia de Infanteria (sede do exército) protagonizando na vista do alto da colina e o Rio Tejo abaixo, completanto o visual.

Vista do mirante

Mirante com vista para o Rio Tejo

Academia de Infantaria de Toledo, sede do exército

Foto no mirante, porque adorei a paisagem

Do lado da imponente infantaria do exército, se encontra um castelo, com aquele formato que conhecemos de um castelo de desenho, mas que não é aberto ao público pois abriga o Albergue da Juventude.

Castelo de San Servando

Rodrigo no mirante, porque ele também quer aparecer nas fotos

Fomos então vislumbrar de perto o que já tínhamos vislumbrado de longe, e o principal ponto turístico da cidade, a Catedral de Toledo. Ela fica na mesma praça onde se encontra a Prefeitura e o Palácio Arçobispal, se destacando em sua magnificência (com o blog precisamos expandir nosso vocabulário, senão nos tornamos repetitivos) 😉

Catedral de Toledo

Torre – Campanário

Existem várias portas que dão acesso ao seu interior. No lado norte, fica a Porta do Relógio.

Sinagoga do trânsito

Caminhando sem rumo pelas ruas da cidade encontramos mais um mirante, e esse nos privilegiou com uma vista da Ponte de San Martin. Ficamos um tempo ali, descansando e namorando, para depois seguirmos viagem.

Seguindo viagem, depois que entramos em terras portuguesas, passamos por uma cidade chamada Campo Maior, que vimos no guia, ter uma capela formada por ossos humanos, chamada de Capela dos Ossos. Ficamos muito curiosos e entramos na cidade, única e exclusivamente para visitar essa capela. A Capela dos Ossos maior e mais famosa fica em Évora, outra cidade portuguesa, mas nós nos contentamos em conhecer a similar menor. Chegando no local não tinha absolutamente ninguém, e a porta estava fechada. Até a rua estava vazia, não havia ninguém nem pra pedir informações.

Será que vamos conseguir entrar?

Insistimos de novo na porta da Capela e uma senhora abriu, graças a Deus, senão teríamos perdido viagem. Pagamos alguns euros (sim, tem que pagar) e entramos. Não tinha como ser mais aterrorizante, o lugar vazio, silencioso e escuro. Ficamos uns 10 minutinhos, tempo de observar crânios no teto, alguns esqueletos na paredes, tíbia, fêmur, entre outros ossos do corpo humano e fomos embora.

Pesquisando para o blog descobri que além dessa capela existe em Campo Maior um castelo, que aliás, faz parte da história da capela. No ano de 1732 um raio caiu no paiol da torre do castelo, que continha pólvora e munições, causando uma violenta explosão e dizimando 2/3 da população dessa vila. Anos depois, recolheram as ossadas dos que pereceram na explosão (mais de 800 vitimas) e em sua memória, em 1766, construíram essa capela.

Curiosa e com medo (não queria sair do lado do Rodrigo) fui ler uma placa que tinha perto da janela.

E olhem o que está escrito, vejam se não dá arrepios.

Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos.

Beijo fui! Essa capela tem um ambiente pesado, pelo menos foi o que eu senti, diferente da paz que sentimos normalmente quando entramos numa igreja.

Chegamos em Lisboa pela ponte Vasco da Gama, a ponte mais longa da Europa, com 17km de extensão, sendo que 12 deles estão sobre as águas do Tejo, inaugurada em 1998.